sábado, 5 de julho de 2014

Coração Aberto, Vontade Firme


Quantas vezes fiquei sem dormir, percebendo forças negativas me influenciando. Ao acordar, meu corpo doía como se tivesse sido agredido implacavelmente. No recinto de meu quarto, eu me colocava em oração. Não me sentindo no direito de convocar meus confrades para me assistirem em caráter particular, sabendo eu das tarefas cotidianas que lhes faziam parte da vida, aguardava os dias de funcionamento do centro espírita, para ir buscar ajuda. O máximo que fazia, esperando não incomodar tanto, era ligar para um companheiro aposentado que orava diariamente pelo próximo. Ele, ao me ouvir, orava por mim com boa vontade.

Com animo, punha-me a fazer tudo o que aqueles bondosos irmãos me aconselhavam. Não faltava aos passes, nas horas disponíveis lia obras de autoconhecimento, buscava tratamento homeopático, procurava combater a ansiedade através da confiança em Deus, dos exercícios de respiração suave e controlada a mim ensinados.

Comecei a fazer um curso por ano para receber conhecimentos espíritas que me enriquecessem. Quantas vezes, no passado, eu afirmei que não gostava de estudar e de ler! Quanto tempo perdi!

Aos domingos passei a integrar um grupo de oito voluntários que distribuíam lanches aos pobres numa praça de um bairro de periferia.

Percebi as transformações que se operaram em mim. Não mais os gritos com meus familiares. A calma agora me acompanhava ofertando-me de brinde a paciência e o autocontrole. Minha esposa passou a me acarinhar mais, meus filhos se aproximaram de mim, antes viviam afastados.

Refletindo hoje, reconheço meu valor: consegui benfeitorias em minha vida, pois a partir de minha conscientização, fui aluno esforçado, presente, praticante das lições que os confrades me aconselhavam. Nada de teimosia, nada de preguiça.

Ao analisar alguns confrades, vejo como são comodistas. Querem melhorar a todo custo. Reclamam de tudo. Esperneiam quando não melhoram. Vivem pedindo ajuda, exigindo atendimento particular no centro espírita.

Por que não melhoram? Auscultando seu proceder, vejo que não praticam o recomendado. São ausentes de muitos deveres que poderiam estar desempenhando, o que lhes acarretaria grande alívio.

Desejar tudo para ontem, sem colocar a mão na enxada, sem estudar e praticar... ah, meu irmão, nem um milhão de passes vai fazer você ficar bem!

Não o acuso, mas convido-o a repensar em sua vida e começar a trabalhar.

Manoel Garcia
Centro Espírita Caminho da Luz - São Paulo
Manual Espírita - 162